Com a finalidade de promover um momento de escuta entre os Dirigentes Municipais de Educação paulistas a fim de verificar como as prefeituras estão planejando as ações para o retorno às atividades presenciais nas redes educacionais, de 08 a 11 de setembro, a Undime São Paulo realizou uma pesquisa que mostrou que a maior parte dos gestores não definiram ou não planejaram a data da volta às atividades nas escolas.
O levantamento, que contou com a participação de 515 cidades, 80% do total de municípios da unidade federativa, mostrou que 341 gestores não estabeleceram a data para a retomada das atividades presenciais e recuperação da aprendizagem. Desde terça-feira da semana passada, por meio de resolução e do Plano São Paulo, o Governo do Estado de São Paulo autorizou a retomada opcional das instituições de ensino paulistas.
Indagados se as atividades educacionais presenciais voltariam neste ano, 66% responderam que não sabem e que, até o presente momento, estão definindo as estratégias e protocolos, 33% decidiram que voltarão só em 2021 (170 municípios) e apenas 1% pretende que as ações voltem nos últimos meses de 2020 (4 municípios).
“O dado da pesquisa mostra que muitos gestores públicos, que atuam conjuntamente com outros profissionais locais, por meio de centro de contingenciamento, têm receio do regresso dos alunos e dos profissionais aos ambientes escolares, uma vez que o contato facilita o possível aumento da transmissão e adoecimento por COVID-19. Todavia, agora, como gestores públicos, temos a obrigação e responsabilidade de planejar a retomada de forma segura, independente de data, pois a Undime não defende uma data específica para esse retorno presencial”, destaca Márcia Bernardes, presidente da Undime São Paulo e Dirigente Municipal de Educação de Atibaia-SP.
De acordo com pesquisa elaborada pela instituição, apenas 1% das redes municipais de ensino (4 cidades) disse que já autorizou o retorno às ações presenciais para reforço e recuperação da aprendizagem, orientação de estudos e acolhimento emocional na última terça-feira, 08 de setembro.
Conforme averiguação feita com os secretários de educação, somente 4% disseram que as atividades já retornaram nas escolas estaduais pertencentes à Secretaria da educação (SEE), do Governo de São Paulo (21 municípios). 4% também responderam que as atividades voltaram, na terça da última semana, nas escolas de Educação Infantil das redes particulares (22 municípios). O número é semelhante ao apresentado na prévia da pesquisa, divulgada na última sexta.
Do percentual que responderam que não sabem e que não definiram, 5% (25 municípios) acreditam que as atividades voltarão em outubro (rede municipal), 19% (98 municípios) consideram possível a liberação das escolas estaduais e 11% (56 municípios) permitirão o retorno da etapa da Educação Infantil das redes particulares do estado, também no próximo mês. Desde 11 de setembro, o governo paulista atualizou todas as regiões para a fase amarela de flexibilização, o que permite que as aulas presenciais retornem na semana de 07 de outubro, conforme sugere o Plano São Paulo, visto que, na etapa 1 de retomada, todo o estado deve estar na fase amarela por 28 dias.
Além disso, do total de respondentes, 88% disseram que as ações locais são pautadas de acordo com a decisão do comitê de contingenciamento intersetorial. “Muitas redes estão fazendo consultas públicas para planejar o retorno com base na escuta à comunidade. Os pais e demais profissionais querem colaborar. É preciso ouvi-los e inseri-los no processo de decisão”, diz Bernardes. 74% estão elaborando decreto municipal para regulamentar a decisão; 15% utilizarão outro tipo de documento, 5% dos municípios usarão o decreto estadual/municipal para a tomada de decisões e apenas 3% utilizarão o decreto estadual.